Adriélle da Costa, graduanda em medicina na Unisul, Pedra Branca- Palhoça/SC e natural de Três Barras, conquistou destaque na comunidade acadêmica ao publicar um importante artigo intitulado “Caracterização e funcionalidade de indivíduos atendidos em uma unidade de AVC do planalto norte de Santa Catarina”. O estudo, realizado com base em pacientes atendidos no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em Mafra-SC, explora a prevalência e os efeitos do acidente vascular cerebral (AVC) na região.
O artigo oferece uma análise detalhada do perfil clínico do pacientes atendidos, além de discutir a funcionalidade desses indivíduos ao longo do tempo. A pesquisa é um passo significativo para a compreensão e o tratamento do AVC, contribuindo para o aprimoramento dos cuidados de saúde na área.
Adriélle destaca que os pacientes foram avaliados durante a internação e também no seguimento realizado por meio da aplicação de questionários validados via telefone, isso permitiu acompanhar a recuperação dos pacientes. Ela ainda conta, que o estudo identificou a presença de fatores de risco modificáveis como hipertensão (pressão alta), dislipidemia (colesterol alto) e diabetes na população estudada. Fatores que podem ser prevenidos. Houve também demora no reconhecimento dos sinais e sintomas da doença como perda de força em um lado corpo, alteração do sorriso e dificuldade para falar.
Assim, os achados do estudo permitem elucidar as características dos indivíduos pós-AVC e levanta questões que podem ser abordadas por políticas públicas de educação em saúde e intervenções regionais.
Dr. Michael Ricardo Lang neurocirurgião do Hospital e orientador da pesquisa fala sobre a importância no atendimento dos pacientes na Unidade de AVC (U-AVC), sendo que os resultados do artigo corroboraram com os dados da literatura, ou seja, que há redução no tempo de hospitalização, melhor acesso à reabilitação e melhores resultados funcionais. A U-AVC do Hospital São Vicente de Paulo é referência para 13 municípios da região.
Ela possuí leitos exclusivos, visando assegurar assistência integral aos pacientes referenciados, além de contar com profissionais da saúde capacitados para atendimento de emergência neurológica, exames de imagem específicos, assistência clínica, investigação diagnóstica etiológica e reabilitação precoce. Dr, Michael destaca ainda que essas estruturas são de suma importância para o cumprimento das diretrizes nacionais, atuando no atendimento integrado, multiprofissional e garantindo melhor prognóstico aos pacientes.
Dra. Chelin Auswaldt Steclan e Dr. Oscar Reimann Junior autores também da pesquisa, ressaltam que a pesquisa além de permitir reconhecer o perfil dos pacientes, também possibilitou identificar possíveis lacunas na rede de emergência. Assim, os dados da pesquisa podem fomentar políticas públicas e reduzir o impacto do AVC na região. Além disso, eles reforçam que campanhas educativas para a população, como as realizadas anualmente em Mafra-SC, devem ser incentivadas e realizadas em todos os municípios da região.
Veja uma pequena parte do Artigo.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), reconhecido como uma das doenças crônicas mais incapacitantes, impacta não só o indivíduo acometido, mas também sua família e a sociedade como um todo.
Embora a conscientização sobre os fatores de risco e os cuidados primários tenha contribuído para a redução da incidência e da mortalidade por AVC nas últimas décadas, o número de pessoas com sequelas graves permanece alarmante, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil.
Anualmente, cerca de 610.000 casos de AVC agudo são registrados no país, e, nos últimos dez anos, o número de internações para tratamento da doença chegou a quase dois milhões, gerando um impacto econômico significativo para o Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao custo elevado e ao tempo prolongado de internação (AuditaSUS, 2021)
O impacto social e familiar do AVC vai além da taxa de mortalidade, que varia entre 8,8% e 25,6% de acordo com a faixa etária.
Deve-se considerar também o alto risco de depressão pós-AVC e a redução significativa no nível de independência funcional. A eficácia dos cuidados na fase aguda do AVC é crucial, pois a cada minuto sem tratamento, 1,9 milhões de neurônios são perdidos.
No AVC isquêmico (AVCi), a área infartada é cercada por uma zona de penumbra, que tem grande potencial de recuperação caso o paciente receba intervenção oportuna.
Além da Tresbarrense Adriélle da Costa, participaram do artigo outros autores: dra, Chelin Auswaldt Steclan, dr. Oscar Reimann Junior, dra. Daniele Peres, dr. Jonathan Wei Ting Wen Liu, dr. Leonardo Trindade Buffara e dr. Michael Ricardo Lang.
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