Pesquisando sobre as igrejas que se estabeleceram aqui no município desde os primórdios de sua origem, acabei me deparando com uma história que me chamou a atenção, sobre a antiga Igreja Metodista. Muitas pessoas não sabem, outras não lembram dessa história, pois a igreja fechou as portas quando a madeireira Lumber foi encampada pelo governo.
A igreja metodista é uma ramificação da igreja cristã, que nasceu no âmago da igreja anglicana (fundada pelo rei Henrique VIII, na Inglaterra). Em 1730 João e Carlos Wesley, William Morgan e Bob Kirkham começaram a se reunir em Oxford, foram eles, pela primeira vez, chamados “metodistas”. Chama-se “metodista” devido ao rigor com que desenvolviam suas práticas de vida e de cristianismo, com muita disciplina e método. A primeira “Sociedade” metodista surgiu, em Londres, no final de 1739, e vinte anos mais tarde era inserida no continente Americano. Em 1760, Natanael Gilbert, convertido por John Wesley, na Inglaterra, ao voltar para o continente Americano em Antígua, no Caribe, começa a compartilhar as boas-novas com a população escrava. Virgínia e Maryland, construíram rudes capelas de pau roliço, em diversas localidades das “Três Colônias” o que despertou vocações entre jovens norte-americanos.
Segundo o Texto sobre o Reverendo Daniel Betts, o grande desafio veio quando em 1933 foi nomeado para iniciar os trabalhos Metodista nos Estados de Santa Catarina e Paraná. Porto União e União da Vitória serviram de ponto de partida, para seus trabalhos missionários. Seus trabalhos são difundidos em toda região, iniciando em Caçador, Chapecó, Palmas, Clevelândia, Covó, Pato Branco, Mallet, Três Barras, Mafra, Rio Negro e Curitiba. Com essas informações acredita-se que a igreja metodista foi trazida pelos americanos e construída nesse período. Muitos funcionários da madeireira eram americanos, europeus que já tinham como religião as protestantes.
Os americanos que administravam a indústria madeireira Southern Brazil Lumber & Colonization Company e alguns trabalhadores ajudaram na construção.
Relatos de alguns integrantes da família Müller que fizeram e fazem parte da Igreja Metodista desde início aqui em Três Barras, o terreno e a madeira utilizada foram doados pelos americanos, assim como as outras Igrejas construídas nessa época ao longo da ferrovia, inclusive todas eram construídas no mesmo estilo, provavelmente foram os americanos que subsidiaram as construções das outras igrejas. Após a construção da igreja o Pastor vinha de trem e se hospedava na casa de um dos membros para realizar os cultos, e que nessa época era o Reverendo Daniel Betts que realizava os trabalhos missionários.
Após a Igreja Metodista fechar suas portas, seus adeptos ficaram sem local para proferir seus cultos, outros passaram a frequentar a Assembleia de Deus. A Igreja(imóvel) é locada em 1955 para a Assembleia de Deus. Após 5 anos, em 1960 é efetivada a venda do imóvel. Muitos viajavam de trem até Mafra ou Curitiba para participar dos Cultos, realizar casamentos ou batizados.
Como era muito difícil se deslocar até Mafra ou Curitiba, Anita Malinovski Muller abre as portas de sua casa para a realização dos cultos, os pastores se deslocavam de trem oriundos de Mafra ou Porto União até Três Barras. O “Pastor Laurence Brun” era americano e muito lembrado por dona Anita. O Sr. Andreas Max Muller doa o terreno para a construção da Igreja, quem constrói são os próprios membros, o Sr. Paulo Henrique Muller, Joana C. Muller, Germano Laurindo Bayestorff e outros. Atualmente a igreja está localizada na Rua João Mariano de Oliveira Nº55, Km 6, com nova estrutura em alvenaria.
Texto: Professora Sueli Madeira
Referências
https://imwpracaseca.webnode.com.br/sobre-nos/movimento-metodista/
https://www.metodistacuritiba.com.br/site/quem-somos.php Texto A História da Igreja Metodista no Brasil a partir de1926 – Site Igreja Metodista Central em Curitiba – 2018
Amaral, Bedretchuk Flavia. O lugar onde vivo (Vila & Centro). Três Barras, 2017, 48 f.
Relatos: Ester Bedretchuk, Pastor Marcos Vinicius de Oliveira Melo, Maria Caldas Muller, Rosani Maria Muller Medeiros.