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O abuso sexual e o cérebro da criança: feridas que não cicatrizam

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O abuso sexual acarreta muitos prejuízos no desenvolvimento saudável de uma criança vítima deste crime, além dos traumas emocionais que afetam também o funcionamento cognitivo, a estrutura cerebral pode sofrer danos permanentes.

 

Segundo Borges e Dell’aglio (2008, p. 374 – 376), os cientistas apontam as seguintes alterações na estrutura cerebral e suas consequências:

 

  • Tendência a desenvolver um cérebro programado para sentir medo, ansiedade e estresse;
  • Alterações no Sistema Límbico, parte do cérebro que é responsável pelo controle das emoções;
  • Pode vir a desenvolver amnésia psicogênica e dissociação que causam alterações nas funções cerebrais da memória, consciência e aspectos relacionados ao desenvolvimento de sua identidade;
  • Tendência maior a desenvolver comportamentos autodestrutivos e agressivos;
  • O desenvolvimento deficiente do lado esquerdo do cérebro pode levar a depressão e problemas de memória;
  • O excesso de excitação provocada por situações de violência sexual pode gerar descargas neurológicas que o sistema nervoso da criança não dá conta de suportar, provocando quadros convulsivo e dificuldades na linguagem.

 

Ainda, segundo Borges e Dell’aglio (2008), os pesquisadores também afirmaram que o trauma é muito mais grave quando o abusador é uma pessoa que tem relacionamento próximo da família.

Em relação a isso, Oliveira (2022) revela que 85 a 90% dos abusadores são pessoas conhecidas como pais, irmãos, tios, avós, padrasto, madrasta, vizinhos ou amigos. O abusador consegue ter fácil acesso à criança demonstrando “amar” e gostar de ficar perto das crianças.

Assim, é importante o foco na prevenção que envolve a educação sexual e estar alerta aos sinais.

A educação sexual começa em casa quando os cuidadores conversam com as crianças sobre os cuidados com o corpo. É importante manter um diálogo com a criança, acompanhando o seu desenvolvimento, e que também a conversa seja compreensiva para a mesma, segundo sua fase de desenvolvimento.

Os sinais de alerta estão relacionados às mudanças de comportamento e sintomas corporais como dor ou incômodo nas partes íntimas.

A forma mais eficaz de se prevenir e combater o abuso sexual é através da informação. Quanto mais conhecimento, maiores as chances de proteger as crianças e garantir a elas o direito à vida com dignidade.

Segue abaixo alguns links para acessar materiais que podem auxiliar na educação sexual infantil:

 

– Educação sexual para crianças: https://www.youtube.com/watch?v=rDL0xFaNGw8

 

– Eu me Protejo: https://www.eumeprotejo.com/

 

Autoras:

 

Ana Paula Farias – Acadêmica de Psicologia. E-mail: [email protected]

 

Príncela Santana da Cruz – Professora e Psicóloga Clínica. CRP: 08/22273 – 12/18930. E-mail: [email protected]

 

Referências:

 

OLIVEIRA, Kelly. Como proteger seu filho de abuso sexual. Veja Saúde. Publicado em 20 jan. 2022. Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/pediatria-descomplicada/como-proteger-seu-filho-de-abuso-sexual/. Acesso em: 12 jan. 2023

 

BORGES, Jeane Lessinger; DELL’AGLIO, Débora Dalbosco. Relações entre abuso sexual na infância, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e prejuízos cognitivos. Psicologia em Estudo, v. 13, p. 371-379, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/vzB7BZxdqrbmKZC7dkdmXhb/abstract/?lang=pt Doi: https://doi.org/10.1590/S1413-73722008000200020 Acesso em: 12 jan. 2023

Equipe A Gazeta Tresbarrense
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