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Ludoterapia e sua importância

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Escrito por;

Jaquelini Conceição[1]

Príncela Santana da Cruz[2]

Amanda Nepumoceno[3]

Maria Eduarda Karvat[4]

 

Você sabia que o brincar pode representar muito mais coisas do que você imagina? Pois bem segundo Homem (2009), a ludoterapia é uma terapia destinada a crianças, onde o brincar da criança é observado pelo psicólogo com o intuito de ajudar as crianças a resolver algumas pendências e dificuldades, que podem estar atrapalhando o seu desenvolvimento, ou prejudicando o seu comportamento.

 

 

Conforme Homem (2009), essa ação de brincar é diferente de realizar brincadeiras na escola, com os amigos, com a família, mas consiste em o profissional da psicologia juntamente com a criança desenvolver uma relação terapêutica, onde a escuta e a fala são realizadas por meio de brincadeiras, conto de histórias e desenhos, o que permite os pequenos expressarem seus sentimentos, emoções, pensamentos.

 

 

Como afirma Homem (2009), na ludoterapia a criança não é forçada a demonstrar suas emoções ou seu sofrimento, a criança é deixada livre para escolher o que irá realizar naquela sala, quais brinquedos quer utilizar, em quais momentos quer brincar, cabe ao psicólogo apenas observar e buscar compreender o que a criança tem a passar com esse comportamento sem julgamentos e sem invadir o espaço da criança, utilizando-se das sua técnicas e seus conhecimentos teóricos aprendidos para este meio de terapia, tendo a capacidade de promover a criança um ambiente harmonioso e seguro.

 

 

De acordo com Homem (2009), esse processo tem como intuito auxiliar a criança que muitas vezes pode encontrar dificuldades em expressar o que está sentindo para os pais e professores na escola, ajudando ela a compartilhar suas emoções e o que está vivenciando, permitindo que ela enfrente esses sentimentos, para que possa resolve-los com o apoio do psicólogo e seus familiares. O brincar é uma maneira mais fácil de se ter acesso a criança, onde ela pode encontrar-se mais aberta e disposta a demonstrar o que sente.

 

 

ATITUDES DO PSICOLOGO NA LUDOTERAPIA

 Segundo Summus (1980) a atuação do psicólogo muitas vezes constitui-se numa arte muito mais do que numa técnica. Este aprendizado ocorre na medida em que há a experiência. Os aprendizes de ludoterapia acabam por passar por momentos difíceis, em que se separar da forma como lidam com o cotidiano para assumir uma postura de psicoterapeuta torna-se uma tarefa árdua.

 

 

É comum, em psicólogos inexperientes, ocorrerem alguns deslizes, tais como, entrar em competição com a criança que assume no mundo uma postura autoritária, levando o psicólogo a imbuir-se do lema: “vamos ver quem é que manda!”. Agir desta forma implica em prejuízo do processo. Neste contexto não há lugar para disputa, a relação deve se estruturar como de ajuda. O psicólogo atua como facilitador que junto com a criança cria condições de crescimento num ambiente que lhe permita no brincar a expressão dos seus significados. No início pode ocorrer que o terapeuta tenha dificuldade em dar limites à criança. Com frequência, a criança opõe-se ao fato de ter que ir embora, ao término das sessões (SUMMUS, 1980).

 

 

Os limites têm que ser estabelecidos e trabalhados com a criança. Outra questão à qual o psicólogo deve estar atento é a curiosidade: psicólogo nenhum deve ser curioso, pois, se assim for, não vai estar atento ao outro, estará atento a si mesmo. Não se faz necessário insistir nos porquês, hábito bastante frequente nos novatos. Este tipo de questionamento muitas vezes acaba por irritar a criança, que muitas vezes reage dizendo: “tia, para de perguntar o porquê” ou “você pergunta muito”. O psicólogo deve sempre continuar o processo na linha que a criança conduz. Ao invés de ficar perguntando: “mas por que você disse isso?” ou “mas por que você prefere esse jogo?”, o psicólogo deve ir junto com a criança: “Ah, sim, você escolheu esse jogo”, e deixá-la continuar procedendo sobre o jogo da forma que ela própria escolheu. O treinamento da época faz-se necessário para que o psicoterapeuta atue de uma forma própria que não se confunda com a vivência cotidiana. Através da ação, do brincar, por exemplo, a criança vai expressando toda a sua hostilidade e o terapeuta vai criar um ambiente permissivo para que ela externe esses sentimentos. Não vai dizer para ela que em pai não se bate. Se a criança, neste contexto, quiser bater no pai, ela o fará. Essa forma de atuar vai diferenciar o psicólogo das pessoas comuns. As pessoas comuns vão dizer: “o que é isso? Seu pai é tão bonzinho para você”, ao psicólogo no entanto caberá a compreensão desta expressão (SUMMUS 1980).

 

 

Com forme afirma Summus (1980) a expressão dos sentimentos é muitas vezes ambígua e contraditória. Ora sente culpa, ora se sente ódio. A nós terapeutas cabe remover a culpa para que o sentimento de origem apareça espontaneamente. Com culpa há repressão dos sentimentos. Portanto, alimentar a culpa é terminantemente proibido no processo terapêutico. As intervenções do terapeuta deverão mobilizar os sentimentos de forma que estes apareçam através do brincar, da ação e consequentemente pela linguagem. Para tanto faz-se mister que o psicoterapeuta mantenha “as orelhas em pé e os olhos abertos”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jaquelini Conceição – Coordenadora do Curso de Psicologia da Universidade do Contestado (UnC). Email: [email protected]

 

Princela Santana da Cruz – Docente do curso de Psicologia da UnC Canoinhas e Mestranda no Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: [email protected]

 

Amanda Nepomuceno – Aluna de Graduação do curso de Psicologia da Universidade do Contestado (UnC), Canoinhas/SC. E-mail: [email protected].

 

Maria Eduarda Karvat – Aluna de Graduação do curso de Psicologia da Universidade do Contestado (UnC), Canoinhas/SC. E-mail: [email protected]

 

REFERÊNCIAS

HOMEM, Catarina. A ludoterapia e a importância do brincar: reflexões de uma educadora de infância. Cadernos de educação de infância, v. 88, p. 21-24, 2009.

FEIJOO, Ana Maria Lopez Calvo de. A psicologia fenomenológicoexistencial. Rio de Janeiro: Informativo USU do curso de psicologia, 1995.

OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças. São Paulo: Summus, 1980.

Equipe Gazeta
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