InícioColunasInovação Educacional nas Prisões: Um Caminho para a Reintegração Social

Inovação Educacional nas Prisões: Um Caminho para a Reintegração Social

Últimas notícias

Enem: confira a cartilha da redação e tire suas dúvidas

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio...

Corpo é encontrado em avançado estado de putrefação

Na manhã dessa quarta-feira, 02, A Polícia Militar deslocou...

O uso de ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) no contexto de ressocialização de pessoas privadas de liberdade oferece uma alternativa educativa poderosa, especialmente quando implementados em uma rede de intranet controlada. Esses ambientes são mais do que apenas plataformas de ensino à distância; eles representam uma ponte entre o recluso e a sociedade, permitindo uma reconstrução gradual de habilidades, valores e comportamentos essenciais para a reintegração social.

 

Uma das principais vantagens dos AVAs é sua flexibilidade, permitindo que a educação aconteça em qualquer tempo e lugar dentro do sistema prisional, respeitando as limitações físicas e de segurança impostas. Através de uma rede intranet fechada, é possível controlar o acesso a conteúdos, garantindo segurança tanto para os detentos quanto para a equipe pedagógica. A utilização dessa tecnologia elimina o risco de contato não autorizado com o mundo exterior, ao mesmo tempo em que proporciona um ambiente de aprendizagem interativo e focado.

 

Além disso, esses ambientes oferecem uma rica variedade de recursos didáticos, como vídeos, exercícios interativos, fóruns de discussão e atividades avaliativas, que podem ser adaptados às necessidades específicas do público carcerário. A modularidade do conteúdo permite uma personalização de acordo com os diferentes perfis dos detentos, o que pode incluir temas como cidadania, direitos humanos, desenvolvimento pessoal, habilidades profissionais e educacionais.

 

Outro ponto de destaque é a possibilidade de incluir temas de cunho psicológico e social, como o controle de emoções, resolução de conflitos, empatia, e respeito à diversidade. Essas questões são essenciais para o processo de ressocialização, pois promovem a reflexão crítica e o desenvolvimento de competências socioemocionais, fundamentais para uma reintegração eficaz.

 

Tendo como um dos principais objetivos a ‘promoção da reintegração social da pessoa em privação de liberdade por meio da educação’ (BRASIL, 2011, p. 1), toda inovação e o uso de ferramentas que facilitem e integrem a educação aos locais de reclusão são triunfos para a sociedade. Com a implementação de um AVA, é possível ainda monitorar o progresso do detento de maneira sistemática, permitindo que educadores e psicólogos acompanhem o desempenho e adaptem as estratégias pedagógicas conforme necessário. Esse tipo de acompanhamento constante é crucial para garantir que o aprendizado não seja apenas uma forma de reduzir a pena, mas uma ferramenta genuína de transformação social.

 

Por fim, o uso de AVAs dentro de uma rede intranet controlada garante que a educação prisional não dependa de estruturas físicas robustas ou frequentes visitas de educadores externos. Isso facilita a continuidade do aprendizado, mesmo em contextos de isolamento mais rigorosos, como em presídios de segurança máxima.

 

Portanto, o uso de AVAs em ambientes prisionais é uma solução viável e altamente vantajosa para promover a ressocialização dos detentos. Ao abordar tanto questões técnicas quanto emocionais e sociais, essa ferramenta tem o potencial de transformar o processo educativo, contribuindo de forma decisiva para a redução da reincidência criminal e para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

 

Autores:

 

Jonatas Alves

Mariane Leffer da Silva

 

Referências

 

BRASIL. Decreto nº 7.626, de 24 de novembro de 2011a. Institui o Plano Estratégico de Educação no âmbito do Sistema Prisional. 2011a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7626.htm. Acesso em: 5 set. 2024.

Equipe A Gazeta Tresbarrense
Equipe A Gazeta Tresbarrense
Somos um jornal regional com mais de 20 anos de existência.