Ficamos encantados com reportagens sobre os índios dos mais remotos locais deste país, quando ao ouvir os idosos de Três Barras, Canoinhas e região, podemos descobrir histórias vividas tão próximas a nós. Os bugres, como são chamados popularmente os índios Xoklengs (Botocudos), permeiam a memória familiar daqueles que iniciaram a colonização do planalto Norte catarinense.
Dona Maria Kovalski Procheira, nascida em 17/05/1929, residiu nas localidades de Craveiro, Colônia Becker, Iracema (Itaiópolis) e Três Barras. Ela nos conta da morte de um grupo de imigrantes quando realizavam o desmatamento. Eles precisavam trabalhar em grupos para protegerem-se dos conflitos com os nativos.
Ela recorda do episódio vivido, por sua família, quando o pai foi para a cidade, deixando em casa a mãe e os filhos. Neste dia os índios rodearam a casa e eles passaram muito medo. Chama atenção, nas suas memórias, o fato dos imigrantes terem consciência de que estavam ocupando as terras, até então, pertencente aos índios. Fato este não reconhecido pelo governo brasileiro, na época.
No município de Papanduva, de 1875-1879, o governo imperial manteve o Aldeamento São Tomás de Papanduva. As correspondências de governo do Paraná (lembrando que Três Barras, entre outros municípios hoje catarinenses pertenceram ao Paraná até o Acordo de Limites de 1916), comprovam a presença dos índios Xokleng na região.
Para maiores informações ver o artigo: Índios Xokleng nos relatórios de governo: um estudo do Aldeamento São Thomas de Papanduva na Província do Paraná (1870-1890) apresentado no I Seminário Nacional dos Sertões: Brasil Profundo (16 a 19 de abril, de 2018- Crato Ceará). Disponível: https://www.ecosdocontestado.com/artigos (Artigo -42)
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