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Somente na década de 2005 a 2015 a população idosa brasileira cresceu de 9,8% para 14,3%. Estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a população brasileira está envelhecendo. Paralelamente, a maior parte da população é urbana. Estes fenômenos, sinalizam que as Administrações Públicas, o setor privado e a comunidade em geral terão de repensar e agir urgentemente no sentido de fiscalizar, adaptar, adequar, qualificar os ambientes públicos e privados em prol de uma crescente sociedade de idosos. A mobilidade é uma das dificuldades que os idosos enfrentam nas cidades, que lhes ofertam locais sem calçadas, com falhas ou danificadas. Na questão dos semáforos, por exemplo, terão de oferecer mais tempo para travessia das ruas, dentre outros. A seguir, apresentamos nossas preocupações e sugestões em relação à população idosa:

 

1 – Física – que propicie ao idoso o reconhecimento como pessoa respeitada em sua dignidade e, principalmente, na sua fragilidade;

2 – Familiar – que o idoso seja visto como um ser humano, alguém que contribuiu para que aquele núcleo familiar existisse e assim se ramificasse, ou seja, valorizar sua história e seus esforços vividos;

3 – Econômica – que o Estado procure maneiras mais eficientes de amparar sob o ponto de vista econômico estes que agora poderão estar expostos a doenças e desnutrição e, portanto, maior fragilidade social;

4 – Saúde – que a família, sociedade e o Estado possam (e queiram) ver as necessidades pontuais destes irmãos que neste período de suas histórias de vida necessitam de maior suporte sob o ponto de vista da saúde, pois tendem a ter menos resistência física e acúmulo de doenças muitas vezes nunca tratadas;

5 – Alimentação – sabe-se que muitos desses idosos, além das dificuldades naturais da idade, ainda assim oferecem em muitos lares o sustento alimentar. No entanto, muitas vezes não há uma reserva econômica para este período da vida. Sendo assim, cabe à sociedade e ao Estado mais uma vez a sensibilidade de adotar políticas públicas para a proteção integral desse idoso, que, muitas vezes passa necessidades alimentares por ter renda financeira insuficiente para o básico de sua vida e de seus familiares.

6 – Social – que nossos idosos possam se sentir seguros em nossa sociedade; que possamos reconhecer a contribuição deles na construção contínua de uma vida digna para a sociedade, respeitando suas individualidades. Que se possa pensar em ambientes para lazer, reuniões da terceira idade, acesso à informação e, para os que desejam, aprendizagem contínua (por que não uma Universidade da Melhor Idade?).

 

E aqui volta-se ao início dessa reflexão: disponibilidade de acesso a locais públicos com dignidade e segurança, que o calçamento seja uma prioridade em qualquer governo e esfera de poder. Que o acesso do idoso seja concebido/planejado prevendo deslocamentos por meio das próprias forças, mas lembrar daqueles que já necessitam de ajuda de uma bengala, de uma cadeira de rodas etc.

 

Ter a sensibilidade de lembrar que nossos idosos não têm mais a mesma força física, agilidade e reflexos; que sua visão, muitas vezes, já está comprometida. Portanto, corrimões visíveis e chamativos devem estar nos locais mais perigosos, íngremes e ou passíveis de maior viscosidade do calçamento. Certamente, estamos numa era de mais longevidade. Portanto, planejar como e de que jeito queremos cuidar da melhor forma possível de nossos idosos, reflete em nós hoje como seremos tratados amanhã. É preciso pensar e agir carinhosamente e caprichosamente com as pessoas dessa faixa etária, os quais, contribuíram sobremaneira na construção da sociedade brasileira. Seguramente são, com absoluta certeza, um dos maiores patrimônios da nossa sociedade.

 

JAIRO MARCHESAN. Docente do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado.

E-mail: [email protected]

ALEXANDRE ZATERA. Discente do Programa de Mestrado e Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado.

E-mail:[email protected]

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