O Google Doodle de hoje comemora o 110° aniversário da engenheira brasileira Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra no Brasil a se formar em engenharia e a primeira mulher no estado do Paraná a se tornar engenheira. Enedina já foi professora em São Mateus do Sul. Ouça abaixo o episódio do Rádio História que fala sobre ela.
Segundo informações da historiadora Jéssica Franco, entre 1932 e 1935, Enedina lecionou em várias escolas públicas no interior do Paraná, entre elas, no grupo escolar São Matheus em 1932, atual colégio São Mateus.
Neste dia (13 de janeiro), em 1913, Marques nasceu em Curitiba, Brasil. Ela trabalhou como empregada doméstica e babá para terminar o ensino médio e tornou-se professora depois de se formar. Cursou engenharia civil na Universidade Federal do Paraná em 1940.
Entretanto, durante a faculdade, Marquez foi hostilizada e ignorada por alguns de seus professores e colegas – principalmente por conta dos preconceitos da sociedade. Apesar de enfrentar discriminação ao se formar em um campo dominado por homens brancos, Marques persistiu e foi a única mulher ao lado de 32 alunos do sexo masculino a se formar em 1945.
Iniciou a carreira na Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas como auxiliar de engenharia e transferiu-se para a Secretaria Estadual de Águas e Energia Elétrica do Paraná, onde contribuiu com projetos de grande porte, como o desenvolvimento da Usina Hidrelétrica do Paraná em vários rios da região, o levantamento topográfico e a construção da maior hidrelétrica subterrânea, a Usina Capivari-Cachoeira.
Em reconhecimento às suas contribuições para o Paraná e para a engenharia, seu nome foi inscrito no Memorial à Mulher junto com outras 53 mulheres pioneiras brasileiras. Uma rua de um bairro de Curitiba recebeu o nome de Rua Engenheira Enedina Alves Marques em homenagem a ela. E em 2006 foi fundado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, em Maringá, Paraná.