InícioComportamentosFreud e Bolsonaro: a massa bolsonarista sob a ótica psicanalítica

Freud e Bolsonaro: a massa bolsonarista sob a ótica psicanalítica

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Sigmund Schlomo Freud nasceu em 1856 em Příbor (atualmente localidade pertencente a República Tcheca), foi médico neurologista, psiquiatra e fundador da psicanálise. Durante sua vida Freud se preocupou em pesquisar como funciona o inconsciente, e em 1921 escreveu a obra Psicologia das massas e análise do eu (ou Psicologia de Grupo e a Análise do Ego), que descreve o funcionamento das massas na ótica psicanalítica.

 

E do outro lado Jair Bolsonaro, que nasceu 1955 em São Paulo, foi militar e expulso das forças armadas por tentar explodir bombas em um quartel, está no terceiro casamento, já foi vereador, deputado federal por seis mandatos, simpatizante da ditadura militar, atualmente presidente do Brasil, autoproclamado “cidadão de bem” e diz-se defensor da moral e dos bons costumes.

 

Freud propõe uma descrição das massas, sobre como o indivíduo age enquanto participante e também enquanto coletivo. Ao realizar uma comparação generalizante, aponta-se várias caraterísticas que se assemelham ao modus operandi bolsonarista. A seguir algumas ocasiões onde ocorre a práxis das massas descrita por Freud.

 

Por diversas vezes os jornais reportaram manifestantes bolsonaristas pedindo intervenção militar (como aconteceu no dia do exército brasileiro) e isso ocorre porque segundo Freud a massa exige de seus heróis a força, inclusive violência. Ela quer ser dominada, oprimida e temer seus senhores. O Brasil viveu sob uma ditadura militar onde existiu corrupção, tortura, censura, mortes e pessoas desaparecidas. Causa estranheza idolatrar um regime como este. Também segundo Freud, a massa clama por uma liderança e possui sede de obedecer.

 

E as famosas Fake news? Foram disparadas aos montes durante a eleição de 2018 (como o kit gay e a mamadeira de piroca) e hoje são usadas para fortalecer o (des) governo. Espalhar notícias falsas faz parte do repertório bolsonarista e segundo Freud as massas nunca conheceram a sede da verdade, elas exigem ilusões as quais não podem renunciar, possuem tendência a não fazer distinção entre o real e o irreal. Outro fato que me merece exposição é a checagem das fontes, a grande maioria das notícias falsas são compartilhadas por blogs ou sites nada confiáveis, não contendo o nome do jornalista e passando o mínimo de credibilidade. Freud aponta que a massa não conhece dúvida ou incerteza, por ora, respalda o comportamento bolsonarista.

 

Porém, logo após vencer as eleições e mostrar o que já se esperava: demissões coletivas devido a divergências ideológicas, ministros nada técnicos, que mentiram no currículo e cometeram crimes (Onyx e o caixa 2, Ricardo Salles e crimes ambientais, Damares e seu mestrado imaginário, entre outros), interferência dos filhos em decisões importantes, postura antidiplomática para com outros países e outras peripécias do presidente, alguns de seus aliados tomaram partido e resolveram contrariar o líder, efetivando um princípio de desunião. Freud diz que o pânico nas massas surge quando ela se desagrega, levando a não obediência do superior e pelo fato de cada um cuidar de si, sem consideração pelo outro.

 

Outras qualidades das massas, elas possuem sentimento de invencibilidade e irresponsabilidade, na multidão, todo sentimento, todo ato é contagioso, levando o indivíduo a sacrificar seu interesse pessoal ao interesse coletivo. Além disso, a noção de intelectualidade é levada aos níveis mais baixos, o indivíduo perde o senso de civilizado e se torna um bárbaro. Durante a campanha das eleições de 2018 aconteceu uma manifestação de rua no Rio, onde candidatos ao pleito quebraram uma placa com o nome de Marielle Franco (vereadora do PSOL morta a tiros na região central do Rio de janeiro no início de 2018). A ação de se vangloriar por quebrar a placa de uma vereadora que foi morta pela milícia vai ao oposto dos valores que os candidatos associam a sua imagem, de cristãos, favoráveis a família tradicional e ainda por cima “cidadãos de bem”. A motivação é numerável, mas isso é pauta para outra explanação. Freud também aponta que o indivíduo possui a tendência de executar imediatamente as ideias sugeridas enquanto está na massa, não sendo ele mesmo, passando a ser alguém desprovido de vontade.

 

As associações acima descrevem a aplicabilidade da teoria Freudiana sobre o funcionamento da massa bolsonarista, porém, o texto original é destinado a descrição do comportamento de um grupo de pessoas que possuem certa coesão, e a tipificação poderá variar de acordo com o grau econômico, cultural, etc.

Equipe Gazeta
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