Com a chegada do frio neste período do ano (inverno), a tendência das pessoas é a busca por certo isolamento, pelo recolhimento em seus lares, pelo descanso e redução ou afastamento de práticas esportivas, especialmente aquelas realizadas ao ar livre. Assim como as tarefas da vida diária são importantes, contudo, as atividades físicas também são consideradas fundamentais na promoção e no fortalecimento da saúde física e mental, especialmente no período de inverno, quando a tendência do metabolismo corporal humano é de ficar mais lento.
Nesse sentido, tais atividades precisam ser praticadas para manter a temperatura corporal estável, afinal, ao se exercitar, obtém-se benefícios para o bem-estar corporal e, consequentemente, para a melhoria da qualidade de vida. A prática da atividade física pode prevenir o surgimento de doenças, dentre as quais, gripes, hipertensão, diabetes, obesidade; além disso, contribui na redução dos riscos de doenças cardiovasculares e atua no tratamento de diversas doenças metabólicas que interferem na capacidade funcional, especialmente entre adultos e idosos.
A regularidade da prática das atividades físicas durante o ano pode favorecer o fortalecimento da capacidade cardiorrespiratória, a manutenção do tônus e da força muscular, dentre outras. Infelizmente, mesmo decorridas várias décadas de pesquisas e estratégias de saúde pública para o aumento dos níveis etários populacionais, a falta de práticas de atividades físicas e a alta prevalência de inatividade, ainda se configuram um problema de saúde pública em diversos países, inclusive no Brasil (TESSARO; SILVA; LOCH, 2020).
A falta da atividade física tem impacto direto e negativo na qualidade de vida das pessoas, pois sabe-se que os exercícios contribuem significativamente na promoção da saúde humana. De todo modo, é importante que cada pessoa escolha uma atividade física predileta, e que seja conduzida por um profissional, neste caso, o fisioterapeuta, os educadores físicos ou profissionais da área, os quais deverão orientar e acompanhar as atividades físicas. Em se tratando do profissional fisioterapeuta, este pode elaborar o planejamento de atividades de acordo com a idade da pessoa e acompanhar as práticas. No desenvolvimento da atividade física, deve avaliar as condições biomecânicas e cardiorrespiratórias, para que não haja impedimentos de realizar as atividades, ou seja, elaborar um programa de exercícios e supervisioná-lo para que seja realizado de acordo com as potencialidades e limites de cada pessoa.
A fisioterapia, na sua importância terapêutica e preventiva da atividade física, tem combatido a inatividade física e a incapacidade de mobilidade. Ao contrário do que as pessoas pensam, a fisioterapia não é utilizada somente em casos de recuperação de lesões; é uma ciência para a promoção da saúde humana em sua totalidade. Ainda, pode-se dizer que a fisioterapia estuda e aplica técnicas para prevenir e tratar os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, e se baseia em diversas técnicas como alongamentos, fortalecimentos, mobilização de áreas afetadas e manipulação, entre outras habilidades, além de programas de exercícios aeróbicos, de resistência muscular, equilíbrio e de flexibilidade.
De forma geral, as atividades físicas, quando trabalhadas adequadamente, com a correta orientação de um fisioterapeuta, podem oferecer melhores resultados físicos e mentais, qualidade de vida e promoção da saúde das pessoas, por meio da prevenção e reabilitação física, diminuindo as dores musculares e prevenindo lesões causadas por enfraquecimento muscular; melhora do sistema respiratório, como asma e bronquite, principalmente em períodos com temperaturas baixas; e no tratamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Por meio dos exercícios fisioterapêuticos e das atividades físicas, é possível aumentar a disposição humana, o equilíbrio, a coordenação motora, a manutenção da capacidade funcional e a mobilidade, prevenindo quedas e lesões, além de melhorar ainda mais a independência e aumentar os efeitos benéficos da saúde na conquista de maior e melhor qualidade de vida.
TESSARO, V. C. Z.; SILVA, A. M. R.; LOCH, M. R. Stages of change for leisure time physical activity in Brazilian adults: longitudinal study. Cien Saude Colet., v. 26, n. 8, p. 2.969-2.980, aug. 2021. Portuguese, English. doi: 10.1590/1413-81232021268.18022020. Epub 2020 Jun 14. PMID: 34378690.
JANSEN, C. P.; NERZ, C.; LABUDEK, S. Exercício funcional integrado ao estilo de vida para prevenir quedas e promover atividade física: resultados do estudo randomizado de não inferioridade LiFE-is-LiFE. Int J Behav Nutr Phys, v. 18, n. 1, p. 115. Publicado em 3 de setembro de 2021. doi:10.1186/s12966-021-01190-z.
Helena C. L. Schneider – Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UNC).
Jairo Marchesan – Geógrafo, docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UNC).
Letícia Paludo Vargas – Docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UNC).