InícioColunasEtapas do Desenvolvimento Humano

Etapas do Desenvolvimento Humano

Últimas notícias

Guerra Mundial: entenda riscos de conflito entre Israel e Irã

O risco de uma nova guerra mundial existe caso...

Parada 120 – Hamburgueria artesanal em Três Barras

Conheça o melhor delivery de hambúrgueres artesanais de Três...

Senado aprova isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos

O Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto de...

Escrito por:

Emanuele Guimarães. Psicóloga. Doutoranda em psicologia pela Universidade de Flores (UFLO)

 

Para Piaget o processo de aprendizagem é influenciado por quatro fatores do desenvolvimento das estruturas cognitivas que são: a maturação, a experiência física, a interação social e o equilíbrio. Este desenvolvimento mental é uma construção contínua, sendo gradativo o aparecimento de novas estruturas mentais na passagem de um estágio de pensamento para outro mais avançado.

 

 

Piaget também divide as fases de desenvolvimento da criança em quatro etapas, cada etapa é caracteriza pelo surgimento de novas estruturas mentais próprias de cada estágio, como a inteligência, atenção, concentração, criatividade, memória, entre outros.

 

 

A etapas do desenvolvimento humano segundo Piaget, são:

 

Período sensório motor (0 a 2 anos), o qual representa a conquista através da percepção e dos movimentos. A formação dos esquemas sensoriais-motores permite ao bebê a organização inicial dos estímulos ambientais, permitindo que, ao final do período, ele tenha condições de lidar com a maioria das situações que lhe são apresentadas. O período sensório-motor é muito complexo, pois é nele que ocorre a organização psicológica básica nos aspectos (perceptivo, motor, intelectual, afetivo e social). O bebê irá explorar o seu próprio corpo, sentir emoções, estimular e ser estimulado pelo ambiente social, desenvolvendo deste modo, a base do seu autoconceito.

 

 

No recém-nascido, a vida mental reduz-se ao exercício dos aparelhos reflexos, de fundo hereditário, como a sucção. Esses reflexos vão melhorando com o treino. Por volta dos cinco meses, a criança consegue coordenar os movimentos das mãos e olhos e pegar objetos. No final do período, a criança é capaz de usar um instrumento como meio para atingir um objeto. Neste período a criança conhece o mundo pela manipulação;

 

 

Período pré-operatório (2 a 7 anos) é caracterizado pelo aparecimento da linguagem, que irá acarretar modificações nos aspectos intelectual, afetivo e social da criança. Em decorrência disso, o desenvolvimento do pensamento irá acelerar, ele será caracterizado por uma tendência lúdica, por uma mistura de realidade com fantasia. No final do período, a criança procura pela razão de tudo (fase dos famosos “porquês”). Grande parte das palavras utilizadas pelas crianças nesta idade, são repetidas, sem que ela domine o significado das mesmas. Neste período ela ainda está centrada em si mesma, tornando impossível o trabalho em grupo, pois ela não consegue colocar-se do ponto de vista do outro, isto decorre de um estado de confusão eu-outro e eu-objeto, do qual a criança é basicamente inconsciente. Há ausência da lógica nesta fase.

 

 

No aspecto afetivo, surgem os sentimentos interindividuais, sendo que um dos mais relevantes é o respeito que a criança nutre pelos indivíduos que julga superiores a ela. É importante ressaltar que é neste período que a maturação neurofisiológica se completa, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, como a coordenação motora fina. Para Rappaport (1981), nesta fase a criança parece dotada de uma energia interminável, que é extravasada principalmente através de atividades motoras e exploratórias;

 

 

Período das operações concretas (7 a 12 anos) onde se inicia a construção lógica, ou seja, a criança aprende que existem pontos de vista diferentes. Torna-se capaz de cooperar com os outros, de trabalhar em grupo e de ter autonomia pessoal. As ações físicas passam a ser internalizadas, ou seja, passam a ocorrer mentalmente. Daí surge o nome operações concretas. Exemplo: se apresentarmos um problema a uma criança desta faixa etária ela irá solucioná-lo mentalmente para depois realizar a ação/tarefa, o que não ocorre nas fases anteriores. A criança passa a ter a capacidade de reflexão, isto é, pensar antes de agir. Em nível de pensamento, a criança consegue: estabelecer corretamente as relações de causa e efeito e de meio e fim; sequenciar ideias ou eventos; trabalhar com ideias sob dois pontos de vista, simultaneamente; noção de comprimento e quantidade; noção de conservação de peso e de volume. No decorrer do período, a criança vai adquirindo uma autonomia em relação ao adulto, passando a organizar seus próprios valores morais (respeito mútuo, a honestidade, o companheirismo e a justiça). O grupo de colegas satisfaz as necessidades de segurança e afeto, o sentimento de pertencer a um grupo torna-se cada vez mais forte, sendo assim, as crianças escolhem seus amigos, indistintamente, entre meninos e meninas, e no final do período, a grupalização com o sexo oposto diminui; e,

 

 

Período das operações formais (12 anos em diante), onde o indivíduo passa a realizar as operações no plano das ideias, sem necessitar de manipulação ou referências concretas. O indivíduo se torna capaz de lidar com conceitos como liberdade e justiça. Ele começa a criar teorias sobre o mundo, principalmente sobre aspectos que gostaria de mudar. Do ponto de vista de suas relações sociais, passa primeiramente por uma fase de interiorização, se afasta da família, não aceita os conselhos dos adultos. Posteriormente, atinge o equilíbrio entre pensamento e realidade.

 

 

No aspecto afetivo, o adolescente deseja se libertar do adulto, mas ainda depende dele. O grupo de amigos é muito importante para o jovem, pois ele deseja ser aceito, isso determina seu vocabulário, seu modo de vestir e outros aspectos de seu comportamento. Os interesses dos adolescentes estão em constante mudança, sua estabilidade chega com a proximidade da idade adulta.

 

 

REFERÊNCIAS

 

MOURA, Grace. A teoria de Piaget: base para o diagnóstico psicopedagógico da área cognitiva. 2013. Disponível em: <https://www.webartigos.com/artigos/a-teoria-de-piaget-base-para-o-diagnostico-psicopedagogico-da-area-cognitiva/109098>. Acesso em: 26 out 2021.

 

RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha; DAVIS, Cláudia. Psicologia do desenvolvimento: a idade pré-escolar. São Paulo: EPU, 1981.

Equipe Gazeta
Equipe Gazetahttps://gazetanortesc.com.br
Somos um jornal de notícias e classificados gratuitos. Estamos há 25 anos no mercado e nosso principal diferencial é o jornal digital.