Atire a primeira pedra quem nunca ouviu que determinados postos de trabalhos são para mulheres e determinados trabalhos são apenas para homens, infelizmente historicamente houve essa divisão na sociedade.
Felizmente a situação vem mudando não somente no trabalho, mas na escolarização, hoje elas são maioria entre as pessoas matriculadas no ensino superior. Entretanto a profissionalização das mulheres não permite acesso igualitário ás diferentes ocupações, os homens ainda recebem salários maiores que as mulheres, mesmo que tenham a mesma profissão.
A participação da mulher no mercado de trabalho começou a ser notada na década de 70 e triplicou a partir dos anos 2000 segundo pesquisadores, finalmente a mulher nesta época conseguiu seu espaço no mercado de trabalho, porém teve e vem arcando com a dupla jornada, visto que ainda é muito comum os homens não dividirem as tarefas de casa e o cuidado com os filhos. Por exemplo, mesmo que um casal trabalhe fora, a mulher após seu expediente de trabalho contínua com a responsabilidade dos afazeres domésticos e das tarefas que tem com os seus filhos, resultando numa responsabilidade desigual de mulheres e homens por um trabalho por assim dizer “ produtivo e não remunerado”..
Historicamente, o homem sempre foi visto como provedor e as mulheres aquelas que fornecem o trabalho gratuitamente ( atividades domésticas e criação dos filhos) e o que sempre definiu essa relação foi o casamento, entretanto essa exploração não termina com o casamento, com o divórcio por exemplo, culturalmente as mulheres permanecerem responsáveis pelas crianças e os homens continuam vistos como provedores : fato que é facilmente percebido, pois em casos de divórcio são raras as vezes que os homens assumem a guarda dos filhos, e as mulheres que deixam os filhos para os ex-maridos cuidarem e pagam pensão, são julgadas e quase queimadas em praça pública, sendo que do contrário é aceito como “normal” pela sociedade.
Aos poucos as mulheres estão conquistando pequenas independências como o direito de sair de um casamento, de não ser dependente financeiramente e emocionalmente de um homem, ampliação de acesso a ao trabalho remunerado, a educação formal, a ocupação de profissões que somente eram ocupadas por homens.
É preciso falar sobre a desigualdade de gênero dentro do próprio gênero feminino, por exemplo, o trabalho doméstico realizado pelas mulheres não os mesmos realizados e nem nas mesmas condições por mulheres brancas e negras, pelas mais ricas e mais pobres, e por todas as mulheres do mundo. Até mesmo o assunto da maternidade é visto sob olhares diferentes para as mulheres: a maternidade para uma mulher branca e rica que tenha 5 filhos não é vista da mesma forma para uma mulher negra e pobre que tenha 5 filhos, os julgamentos feitos pela sociedade são inúmeros!
A dualidade entre homens e mulheres vai muito além dos fatos que trazemos aqui, uma fato triste atrelado a desigualdade de gênero é a violência doméstica, um dos obstáculos para que as mulheres deixem os lares violentos é sua condição material e financeira desvantajosa e de maior vulnerabilidade em relação aos homens, este é apenas um dos motivos para dizer a sociedade : parem de romantizar a maternidade e o casamento, é preciso entender os panos de fundo dessa história de desigualdade de gênero entre homens e mulheres, na vida pessoal e profissional!
Ficam as perguntas para reflexões: Por que as mulheres ganham menos que os homens? Por que as mulheres têm ocupações diferentes das dos homens? Por que as mulheres tem menos presença na política? Por que é somente delas a responsabilidade dos filhos em casos de divórcio?
Escrito por:
Diane Ruteski, Graduada em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão da Excelência nos Negócios das Organizações, Especialização em Tecnologias para Educação Profissional (IFSC), pós-graduanda em Educação e Diversidade pelo IFSC e graduanda em Pedagogia.
Vanuza dos Anjos: Graduada em Administração de Empresas, Graduada em Logística, possui MBA em Gestão da Excelência nos Negócios, Especialização em Tecnologias para Educação Profissional (IFSC), pós-graduanda no MBA em Gestão Estratégica pelo SENAC e graduanda em Pedagogia.