O dia da eleição está chegando, com isso, os candidatos à presidência e seus respectivos vices são partes fundamentais nas campanhas, dando entrevistas, participando de feiras, debates, sabatinas, fóruns e eventos de todo tipo.
Num desses eventos o candidato à vice-presidente da chapa do Bolsonaro deixou escapar: “Na realidade, se você for olhar, o empregador te paga 1/12 a menos e no fim do ano ele devolve esse salário. E o governo, o que faz? Ele aumenta o imposto para pagar o meu”, disse. “No final das contas, todos nós saímos prejudicados.”
Até onde o general está correto?
Bem, o décimo terceiro salário foi criado como gratificação de Natal em 1962 por meio da Lei nº 4.090.
A constituição de 1988 garantiu esse salário extra para todo trabalhador urbano e rural, inclusive o empregado doméstico.
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;”
Mas vamos falar como realmente é.
O salário extra, nada mais é que o empregado te pagar em 13 vezes ao invés de 12 o seu salário anual. Ou seja, quando contrata alguém o empresário calcula todos os custos dessa contratação, inclusive o décimo terceiro.
O maior prejudicado, economicamente falando, é o trabalhador, que tem que esperar até o fim do ano pra receber uma parte da remuneração por seu trabalho. Isso me lembra uma cena do seriado Chaves, quando o personagem do Seu Madruga na hora de pagar ao Chaves por um serviço que este havia lhe prestado, não paga e diz: “Estou juntando pra te pagar tudo de uma vez no fim do ano”. (Risos).
Piadas a parte, o décimo terceiro é interessante porque tem um efeito psicológico no trabalhador que o recebe, que acredita ser um bônus, um algo a mais, um extra no orçamento. Mal sabe ele que o principal beneficiado deste atraso de pagamento legalmente previsto é o próprio empregador, que fica com o dinheiro em sua mão durante o ano todo, podendo reaplicar e reinvestir e assim aumentar seu capital até o momento em que finalmente passa para seu empregado. Entretanto, para muitos empregadores, o efeito psicológico de se pagar um salário extra no fim do ano é de insatisfação.
No fim das contas, quem é economicamente beneficiado fica insatisfeito e, quem é economicamente prejudicado fica satisfeito e feliz.
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