InícioDestaqueContos e lendas de Três Barras, A procissão fantasma

Contos e lendas de Três Barras, A procissão fantasma

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Estamos na metade dos anos cincoenta, na pequena Três Barras, onde a iluminação das ruas é precária, com poucos postes e lâmpadas ainda muito fracas, quase se comparando à luz de um lampião. Porém, era o melhor que havia na época.

 

 

Numa das ruas do centro, numa bonita casa bangalô,  Donana e Murtinho criavam seus filhos, dois meninos  entre cinco e três anos de idade. Era verão e a noite estava quente.

 

 

 

Após ouvir seu programa preferido no rádio, Murtinho apanhou os meninos que haviam adormecido no sofá da sala e os levou para o quarto. Procurou pela esposa que ainda estava ocupada passando roupa num quarto aos fundos da casa.

 

 

 

O marido informou que estava indo deitar, pois já era tarde. Faltava pouco para a meia-noite. Donana, ao estilo das prendadas donas de casa dos anos cincoenta, respondeu que faltavam só duas peças de roupa. Já iria terminar. O marido abanou a cabeça e foi dormir.

 

 

 

Sua esposa logo terminou de passar a roupa, desligou o ferro, as luzes da casa, verificou se as portas estavam bem fechadas e quando já chegava junto ao quarto, sentiu uma leve brisa balançar seus cabelos. Lembrou que havia esquecido de fechar a janela da sala.

 

 

 

A janela dava para um bonito jardim, de onde podia-se ver a rua na frente da casa.

 

 

 

Quando chegou junto à janela, Donana ouviu uma conversa alegre e festiva de um grupo de pessoas que vinha de uma esquina. Era uma conversa animada. De longe ela podia avistar pessoas num emaranhado do lusco-fusco, sem distinguir direito quem eram.

 

 

 

 

Curiosa, resolveu ficar esperando o grupo passar. Pensou até que fossem seus vizinhos da casa ao lado.Iria cumprimentá-los e depois fecharia a janela.

 

 

 

 

O grupo foi passando na rua, sem dar atenção para ela.Mas, de repente, um homem saiu daquele grupo e veio em direção ao seu portão. Não conhecendo o estranho, ela correu chamar pelo marido. Murtinho levantou, armou-se de um revólver e saiu para fora. Olhou em toda a rua, contornou as duas quadras vizinhas, mas nada encontrou.

 

 

 

Era praticamente impossível um grupo de dez ou mais pessoas sumirem assim de repente.

 

 

Enquanto viveu, Donana contou muitas vezes essa história para seus filhos e seus netos, jurando que ela havia visto algo estranho naquela distante noite dos anos cincoenta.

 

 

Dizem os antigos, que a noite tem muitos mistérios.E você acredita?

 

(Ramos de Oliveira)

Equipe Gazeta
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