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Contemplação da natureza e o impacto à saúde humana!

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Desde a antiguidade, muitas pessoas, algumas com maior intensidade, principalmente os estudiosos, dentre eles os filósofos, perceberam e descreveram impressões, percepções e, acima de tudo, sentimentos humanos em relação ao contato direto e sobretudo em relação à contemplação dos elementos da natureza, tais como as águas, a fauna, a flora ou outros. Diz a literatura que, famosas foram as caminhadas de Aristóteles (385 a. C 323 a. C) em meio à natureza, por acreditar que a mesma “clareava”, influenciava ou produzia estímulos à sua mente.

 

 

Reconhece-se que a natureza exerce influências topofílicas ao nosso cérebro, consequentemente ao nosso corpo e também em nossas relações de vida. Exemplo disso é a sensação de bem-estar quando, por exemplo, pratica-se uma ação prazerosa com o ambiente, tais como observar ou banhar-se nas águas, contemplar a lua, o sol, a chuva ou outros. Ou ainda, sentir o cheiro da terra molhada logo após uma chuva, observar paisagens, curtir a temperatura e as estações do ano, dentre outras. Porém, como entender que todos esses elementos da natureza conseguem influenciar o nosso cérebro e em nossas relações de vida? A relação ambiente-cérebro ocorre devido aos estímulos que a natureza promove ou desperta em nós em forma de sentimentos e comportamentos, isso porque a espécie humana, assim como a de muitos animais, é sensível ao ambiente.

 

 

Ocorre que os estímulos ambientais modificam nossas estruturas neurais, “refinando” e tornando as sinapses mais eficientes, através de atividade elétrica e mensageiros químicos. Frente aos estímulos percebidos, o nosso sistema nervoso central se adapta por meio da plasticidade sináptica com respostas adaptativas. Não apenas o nosso cérebro é influenciado pela natureza, mas, consequentemente, o nosso corpo e nossas relações de vida são atingidos em tais processos e relações. Assim, diante de estímulos da natureza, como o cantar dos pássaros, a observação do nascer ou do pôr-do-sol, podem contribuir para relaxar o nosso corpo, e isso se comprova pela diminuição dos batimentos cardíacos e da atividade motora, e que, consequentemente, equilibra a produção de cortisol no organismo.

 

 

O cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins, cuja função é ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imunológico e manter constantes os níveis de açúcar no sangue, assim como a pressão arterial. O cortisol alto no sangue pode originar sintomas como a perda de massa muscular, aumento de peso ou diminuição de testosterona, ou ser indicativo de outros problemas. Já o cortisol baixo pode originar sintomas de depressão, cansaço ou fraqueza, assim como a geração de doenças.

 

 

Diante disso tudo, podemos pensar o quanto somos dependentes da natureza, ou seja, a natureza não depende de nós, mas nós dependemos dela! Ou ainda: nós dependemos da natureza para o nosso bem-estar, a nossa sobrevivência e também pelas influências na qualidade de vida humana e também animal.

 

 

Que tal passar mais tempo em contato direto, contemplar e ampliar as relações com a natureza (solo, água, vegetais, animais, …) e se beneficiar desse contato? E, neste sentido, também pensar e atuar na perspectiva da preservação e estabelecer novas relações de cuidado com o ambiente? Que tal, diante de nossas condições de vida, disponibilizar ou otimizar o tempo e realizar caminhadas, “tomar sol”, na perspectiva de nos fortalecermos psiquicamente e fisicamente afim de ajudar a regular nossas emoções e nos conectarmos com maior intensidade à natureza? Que tal praticarmos o exercício de contemplação da natureza, respiração, exercícios de yoga e a prática de mindfulness? Tais percepções, relações, atitudes e práticas podem contribuir sobremaneira e positivamente em nosso bem-estar mental e físico. Deste modo, nós, sociedade humana, em contato direto com a natureza, podemos ser positivamente beneficiados pela mesma. De igual modo, ao cuidarmos de nós e da natureza, os benefícios são mútuos e recíprocos.

 

Jairo Marchesan – Docente do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: [email protected]

 

Princela Santana da Cruz – Mestranda no Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: [email protected]

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