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Compreendendo a memória: exercícios mentais preventivos e fortalecedores

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Considerada como um dos processos psicológicos básicos, a memória é uma função mental resultante de interações de processos adquiridos pelo indivíduo por meio de suas relações de experiência e vivência com o meio. A memória é a capacidade de codificação, armazenamento e evocação de dados, possibilitando ao sujeito a recordação de elementos, com o fim de utilizá-los posterior e oportunamente.

 

 

Além de referir-se à funcionalidade do indivíduo em suas práticas cotidianas, a memória se relaciona intimamente com a emoção. Sem dúvidas, as memórias acumuladas pelo ser humano, desde tenra idade e no decorrer de toda a sua vida, formam seu próprio conjunto de subjetividades, tratando de constituir uma diferenciação mental e emocional entre experiências negativas e positivas, agradáveis e desagradáveis. É neste sentido que a afetividade demarca as memórias, impactando na própria formação de identidade e personalidade do sujeito. De outra sorte, as memórias também são caracterizadoras de traumas, disfuncionalidades e podem se tornar fatores limitantes ao indivíduo, ensejando a relevância do tratamento psicoterapêutico para reestruturar e ressignificar determinadas memórias.

 

 

Schwartz e Reisberg (1991) ensinam que a existência de uma memória pressupõe a aprendizagem. Em outras palavras, o primeiro processo seria a aquisição de informações. Em seguida, o segundo processo seria o armazenamento, ou seja, uma vez adquirida a memória, faz-se necessária sua manutenção. O armazenamento demanda uma boa codificação, a qual facilitará a próxima fase – a recuperação, que consiste na possibilidade de acessar o material armazenado, ou seja, lembrar as informações.

 

 

Por sua vez, Adão (2014, p. 2.9411) pontua que a busca das respostas acerca do desenvolvimento humano pela Psicologia está centrada em dois grandes polos – o biológico e ambiental – os quais não são dissonantes, mas correlacionados. Desta feita, considerando que a construção do ser se dá a partir dos fatores inter e intrapsíquicos, relevante se torna a análise da memória, que é um mecanismo neurológico com interface com emoções, sentimentos, formação do caráter, comportamento e lembranças. Em suma, a consolidação das memórias exerce importante papel na construção do indivíduo.

 

 

A partir da compreensão do funcionamento da memória por meio de três estágios (aquisição, armazenamento e recuperação) e a sua relevância para a própria construção do “eu”, dada sua estreita relação com a afetividade e a aprendizagem, é possível articular alguns exercícios a fim de fortalecer esta funcionalidade mental, bem como prevenir males biológicos e psicológicos relacionados, conforme compartilhado a seguir:

 

  • Aprender novas músicas (letras, melodias e ritmos): duas profundas aliadas, a música e a memória certamente podem ajudar a manter o cérebro ativo. Experimente ouvir uma música inédita para você. Sinta um novo ritmo. Concentre-se em aprender esta nova letra, ao ouvir a música por mais vezes. Se souber executar um instrumento musical, faça o exercício por meio do instrumento, até o momento em que não precisar de partitura musical, dispensando a leitura e executando de forma memorizada, até tornar-se natural. Você sentirá que o que antes era uma absoluta novidade passará a ser algo espontâneo.

 

  • Ler livros ou assistir filmes: leia um livro inteiro ou assista a um filme – ambos precisam ser descritivos e ricos em cenários e contextos. Após ler o livro e/ou assistir ao filme, conte-o a alguém com riqueza de detalhes.

 

  • Retrospectiva do dia: ao finalizar o seu dia, sentado em uma poltrona confortável ou deitado em sua cama, faça uma retrospectiva de seu dia. Realize uma análise sobre as vivências e aprendizados. Relembre e reconstrua seu dia pela sequência de acontecimentos. Após praticar o exercício por alguns dias, faça a retrospectiva ao contrário: comece a refletir do último acontecimento ao primeiro.

 

  • Transitar pela arte: atividades artísticas conjugam benefícios ao cérebro, ao físico, ao mental e ao emocional. Faça atividades artísticas que demandam memorização, a exemplo da dança e do teatro. Ao praticar a dança, você pode aprender uma nova coreografia, que demandará memorizar os passos para executar. Ao praticar o teatro, você precisará memorizar falas, atos e situações, o que fortalecerá várias de suas funções mentais.

 

 

 

REFERÊNCIAS

SCHWARTZ, B.; REISBERG, D. (1991). Learning and Memory. New York: W.W.  Norton & Company.

ADÃO, Anabel do Nascimento. A ligação entre memória, emoção e aprendizagem. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/ANAIS2013/pdf/9302_6965.pdf. Acesso em: 17 jun. 2021.

 

Príncela Santana da Cruz – Docente do curso de Psicologia da UnC Canoinhas e Mestranda no Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: [email protected]

Marcela Pradella Bueno – Discente do curso de psicologia da UnC Canoinhas. E-mail: [email protected]

Equipe Gazeta
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