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As distorções cognitivas e suas implicações com a felicidade

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Cada pensamento que temos exerce uma grande influência em nossos sentimentos e em nosso comportamento que irá interferir diretamente em nossos objetivos de vida.

 

 

Assim, o ser humano tem a capacidade não só de pensar sobre a sua realidade atual, mas de lembrar de acontecimentos passados que irão interferir em seu momento presente.

 

 

Por mais que tenhamos essa capacidade incrível de pensar, os pensamentos têm grande potencial para nos trazer sofrimento. Isso porque o cérebro é naturalmente negativo. Uma evidência disso é que experiências negativas levam um segundo, no máximo, para serem codificadas pela memória de longa duração, já as positivas, levam de dez a doze segundos (Magaldi, 2018).

 

 

Como os nossos pensamentos influenciam em nossos sentimentos, é importante reconhecer as distorções cognitivas que interferem na nossa felicidade. Como os seres humanos tendem a interpretar eventos negativamente e de forma irracional, é importante conhecer quais são os tipos de distorções cognitivas para que estes não influenciem negativamente em nossas vidas.

 

 

Aaron Beck, conhecido como o pai da Terapia Cognitivo Comportamental definiu as distorções cognitivas como possíveis erros de pensamentos, que interferem no processamento de informações e que tem relação no modo de pensar e agir do sujeito (Beck, 1976; Wood, 2010 apud Cunha et al, 2017).

 

 

Dessa forma, estão listadas a seguir algumas distorções de pensamento e como podemos trabalhá-las para termos uma vida mais positiva e melhorar a nossa qualidade de vida:

 

 

– Personalização: A pessoa se sente culpada pelos acontecimentos e não consegue compreender que determinados fatos também são provocados por outros. Exemplo: Eu falhei e meu namoro acabou.

 

 

– Filtro negativo: Neste tipo de pensamento a pessoa permite que um aspecto negativo influencie o seu momento presente ignorando aspectos positivos.  Exemplo: Uma pessoa que é elogiada pelos seus colegas, mas criticada por apenas uma colega, e passa a considerar apenas a crítica ignorando os elogios recebidos.

 

 

– Supergeneralização: É um estereótipo de pensamento na qual um acontecimento específico se torna uma regra para a vida: Exemplo: Isso sempre acontece comigo.

 

 

– Pensamento dicotômico: A percepção da pessoa perante a vida em qualquer ocasião é extremista no sentido de “é tudo ou nada”. Exemplo: Todo mundo me rejeita.

 

 

– Raciocínio emocional: A pessoa transforma suas emoções em fatos sobre a vida. Exemplo: Quando uma pessoa é solicitada para falar em público, ao se apresentar e se sentir nervosa, começa a pensar que as pessoas que a estão ouvindo, estão julgando o que ela diz de forma negativa.

 

 

– Leitura mental: Nesta distorção, a pessoa deduz o que o outro está pensando sem qualquer dado concreto ou evidência. Exemplo: Ele pensa que sou um fracassado.

 

 

– Catastrofização: A pessoa espera o pior de cada situação que vivencia. Exemplo: Não viajar para evitar acidentes, não sair de casa por medo de ser assaltado.

 

 

– Afirmações do tipo deveria e tenho que: Este pensamento se caracteriza por uma forte cobrança e por não aceitar as coisas como elas são. Exemplo: Eu tenho que terminar isto agora, senão nunca vou conseguir nada.

 

 

– Rotulação: Há uma atribuição de aspectos negativos globais a si e aos outros. Exemplos: Sou uma pessoa complicada. Ele é preguiçoso.

 

 

– Atribuição de culpa: A pessoa não assume a responsabilidade de suas falhas e procura atribuir estas responsabilidades às outras pessoas se vitimizando. Exemplo: Eu não consegui ser bem-sucedido na vida por causa dos meus pais que não me ajudaram.

 

 

– Comparações injustas: Nesta distorção, a pessoa faz comparações irreais entre sua vida e as conquistas alheias. Exemplo: Ele conseguiu comprar aquele carro e eu só consigo ter um carro velho e usado.

 

 

Para mudar estas distorções cognitivas, o primeiro passo é estar ciente dos mesmos e, para identificá-los, pode-se realizar um exercício simples: escrever de um lado do papel os pensamentos irracionais e negativos sobre o evento em questão e categorizá-los nestas distorções de pensamentos. No outro lado do papel, pensar em possibilidades e explicações mais racionais para as situações descritas de forma mais realista. Para ajudar neste exercício, pode-se questionar o fundamento lógico das cognições negativas e lutar contra elas com explicações racionais e mais objetivas.

 

 

Com o tempo e prática, a identificação das distorções cognitivas fica mais fácil e a substituição por pensamentos mais realistas e positivos também. Assim, podemos neutralizar esses pensamentos negativos, promovendo o nosso bem-estar e felicidade.

 

 

Referências:

CUNHA, Felipe Augusto Cunha; BAPTISTA, Makilim Nunes. Revisão integrativa de instrumentos de distorções cognitivas depressivas. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas 2017•13(1)•pp.64-73. Disponível em: < https://cdn.publisher.gn1.link/rbtc.org.br/pdf/v13n1a10.pdf> Acesso em: 24 out. 2021

 

MAGALDI, Sandro. Você sabia que nossa tendência natural é valorizar o fracasso? Sando Magaldi Blog. Publicado em 27 mai. 2018. Disponível em: < https://www.sandromagaldi.com.br/voce-sabia-que-nossa-tendencia-natural-e-valorizar-o-fracasso/> Acesso em: 24 out. 2021

 

Autores:

 

Príncela Santana da Cruz. Professora e Psicóloga Clínica E-mail: [email protected]

 

Roberson Alexsandro Vithoft. Autodidata da Ciência da Felicidade E-mail: [email protected]

Equipe Gazeta
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