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Amamentar até quando?

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Escrito por; Mariquiel dos Santos – Acadêmica de Ciências Sociais da Universidade do Contestado – UnC, Membro do Grupo de Pesquisa em Descentralização e Federalismo – CNPq  e  Pesquisador PIVIC/UnC Membro do Grupo de Pesquisa em Ciências Humanas/Giorgio Agamben – CNPq.

 

 

Na cultura moderna a espécie humana se alimenta nos seis primeiros meses de idade exclusivamente com amamentação, após esse período acontece a introdução de outros alimentos e a amamentação materna até 2 anos de idade ou mais, orientado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse sentido, se reconhece a importância do leite materno para o desenvolvimento no aspecto físico, pois além de fornecer os primeiros nutrientes necessários para sobrevivência e fortalecimento da saúde, há também a prevenção de doenças e o aumento da imunidade do bebê. No aspecto psicológico, permite estimular o vínculo afetivo e emocional entre mãe e filho além de proporcionar no momento da amamentação troca de olhares, carinho e fortalecimento do vínculo familiar.

 

 

Entretanto, essas orientações são seguidas de acordo com as possibilidades e a cultura disponível a cada mãe, pois, intempéries, inconsistências, obstáculos ou crenças podem dificultar ou impossibilitar mães de desfrutar desse meio natural para nutrir seu filho ou amamenta por pouco tempo. Em contrapartida, há mães que conseguem levar adiante a amamentação materna, conciliando com os afazeres diários, com os estudos e trabalho. Prova ser possível, mediante as adversidades e influências socioculturais, a ação de amamentar e ter uma vida ativa.

 

 

Porém, quando nos deparamos com fatores culturais da vida moderna, o desmame acontece de forma demarcada, pré-estabelecida. No momento que a criança começa a receber outros alimentos em sua dieta, surgem perguntas, pela sociedade, por pessoas próximas, familiares e pelas próprias mães. Quando será o desmame? Ainda está mamando? Qual método utilizar? Indagações que trazem as mães preocupações, dúvidas de como agir nesse processo, de um lado o filho que gosta da amamentação e do outro as convenções sociais, pressionando para o desmame ser feito.

 

 

Esses conflitos levam mães e familiares a buscar soluções, que por muitas vezes propõe acelerar o processo de independência e autonomia do ser humano, substituindo o seio por métodos de autoconsolo como chupetas, paninhos, mantinhas, ursinhos. Ou, decidem continuar com amamentação materna, mesmo, sendo visto como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê.

 

 

É importante ressaltar que o desmame não é um evento e sim um processo, ao desnaturalizar essa lógica, percebe que o desmame faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como nos marcos de desenvolvimento sentar, andar, correr, falar.  É notório que nenhuma criança começa a falar antes de estar preparada, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir o entendimento para o desmame.

 

 

O pediatra Americano Dr. William Sears, apresenta o “attachmentparenting” (criação com apego), filosofia baseada nos princípios da teoria do apego em psicologia do desenvolvimento e ressalta: “Não limite a duração da amamentação a um período pré‐determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional”.

 

 

Igualmente, o desmame natural (desmamar sem intervenções) em um processo brando, paciente, gradual, flexível e de conversa com a criança é possível. Amamentei meu filho por 1 ano e onze meses e minha filha por 4 anos e quatro meses. Nesse processo as dúvidas e incertezas vieram, porém, prevaleceu o amor, o afeto, a confiança, o carinho, a paz e a tranquilidade que o momento de amamentar proporcionava. E como benefício à saúde e o sistema imunológico de ambos é ótimo. Para você mãe, que passa por essas inquietações, mas deseja continuar com a amamentação siga em frente, pois essa decisão é somente sua e de seu filho.

Equipe Gazeta
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