A área da saúde é uma das áreas estruturantes para a sociedade brasileira. Opera em constantes cenários de mudanças, transformações, adaptações e/ou adequações, tanto em ações individuais, por meio dos profissionais nos manejos clínicos, conceitos de atendimento, aperfeiçoamento, procedimentos, utilização de novos equipamentos e materiais, quanto institucionais, como logística de atendimento, dependência de esferas políticas, órgãos controladores ou reguladores, investimentos estruturantes, qualificação de profissionais para atender às crescentes demandas, dentre outros.
Nesse sentido, novos estudos e ações poderão possibilitar a melhoria na prevenção, promoção e recuperação da saúde humana (VELLOSO et al., 2016). A partir de tais pressupostos, constata-se a necessidade de considerar a interdisciplinaridade como alternativa para as ações na área da saúde. Por outro lado, a importância de articulações e ações por meio de políticas públicas, assim como, a troca de experiências entre profissionais da área poderá apresentar resultados positivos para a saúde da população humana de uma região ou localidade.
O avanço na concepção e ações de interdisciplinaridade no âmbito da prestação dos serviços na área da saúde, contribuirá com a dinâmica do desenvolvimento profissional, ao utilizar essa referência para o alcance de resultados significativos no âmbito de fatores socioeconômicos e culturais de uma região ou localidade. Assim, denota-se contribuições ao desenvolvimento regional.
A partir desta perspectiva, Oliveira e Piffer (2016), consideram que o desenvolvimento regional é caracterizado por fatores econômicos, sociais, ambientais, culturais e institucionais, os quais, ao serem compreendidos a partir de perspectivas interdisciplinares, contribuem para reduzir as desigualdades sociais, entre outras situações limitantes no processo de desenvolvimento. A interdisciplinaridade no desenvolvimento regional remete a importância de trabalhar as diferentes experiências vivenciadas por profissionais multidisciplinares da área da saúde em prol de um objetivo comum. A interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real entre os profissionais (JAPIASSU, 1976).
A interdisciplinaridade ainda é uma possibilidade e necessidade a ser explorada com maior intensidade na área da saúde, pois ainda há barreiras por parte de alguns profissionais da área. Há pré-conceitos relacionados à perda de espaço ou visibilidade. Para lidar com essa problemática, há a necessidade de que os profissionais renovem sua percepção quanto novas noções e perspectivas conceituais, para que possam compreender cada sujeito, o paciente, bem como cada profissional e colega de trabalho (HORSTH E ORZECHWSKI, 2017, p.197). Por isso, a importância de compreender a interdisciplinaridade para obtenção de um propósito maior, é entender que os profissionais da área da saúde precisam das diversas especialidades para um trabalho de qualidade, que amplie sua capacidade de percepção e exploração máxima das suas habilidades em prol do atendimento a ser realizado.
Referências:
JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
HORST, Viviane Silveira Batista; ORZECHOWSKI, Suzete Terezinha. O DESAFIO E POTENCIALIDADE DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ATENDIMENTO Á SAÚDE. LAPLAGE EM REVISTA, vol. 3, no. 1, p. 192–201, 2017. https://doi.org/10.24115/s2446-6220201731230p.192-201
MAIA, Cláudio Machado Maia. MALLMANN, Lígia Margarete. A interdisciplinaridade nos estudos para as pesquisas e projetos na área de desenvolvimento regional. SEDRES. Seminário de Desenvolvimento Regional, Estado e Sociedade. Palmas/TO. Set/2018.
OLIVEIRA, Nilton Marques De; PIFFER, Moacir; Conjuntura do desenvolvimento regional dos municípios do estado do Tocantins. DRd – Desenvolvimento Regional em debate (ISSN e 2237-9029) v. 6, n. 3, p. 32-61, nov. 2016.
VELLOSO, Marta Pimenta; GUIMARÃES, Maria Beatriz Lisbôa; CRUZ, Claudio Roberto Rodrigues; NEVES, Teresa Cristina Carvalho. Interdisciplinaridade e formação na área de saúde coletiva. Trab. educ. saúde, vol. 14, no. 1, p. 257–271, 2016a. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&%0Apid=S1981-77462016000100257.
Escrito por:
Elton Dias Pinheiro e Mayra Luana Konell – Discentes do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC).
Cláudio Machado Maia – Docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional e do Mestrado Profissional em Administração da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: claudio.maia@professor.unc.br
Jairo Marchesan – Docente dos Programas de Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional e Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: jairo@unc.br
