“Você Acredita ?”
Três Barras é uma terra de muitas histórias mal contadas…há quem acredite, mas também há muitos que acham tudo isso uma pura bobagem.
Já estamos entre os anos 2002 – 2003, não recordo bem a data. Mas foi nessa época que o fato aconteceu. O cenário, uma escola grande, antiga e com muitos alunos no período noturno. O horário, quase vinte e três horas. As protagonistas, Chica e Crenilda, as zeladoras do educandário.
Há que se lembrar que a grande invenção do ano 2000 foi o surgimento da internet. E a escola tinha já naquele início da década, seis computadores equipados com internet grátis para alunos, professores e demais funcionários. Era a loucura da juventude. Podia faltar merenda, material escolar, professor para dar aula, não fazia mal. Desde que não faltasse a bendita internet.
A sala da famosa internet, ficava além das salas de aula, mais próxima da cozinha e do pátio escolar. Por volta das vinte e duas e trinta, o sinal bateu e lá se foram alunos e professores de volta para suas casas.
Chica e Crenilda tinham que varrer as salas, para deixarem limpas para as turmas do matutino. Estavam na metade do trabalho, quando começaram a ouvir batidas insistentes em alguma porta. Sentiram que alguma pessoa havia ficado presa numa das salas.
Entreolharam-se e puseram os ouvidos a postos.As batidas vinham lá da sala de internet.
Chica furiosa, foi descendo as escadas esbravejando, dizendo que algum praga havia dormido na sala da internet e que só agora acordara. Dava vontade de não abrir.
Mas, Crenilda mais tranquila, lembrou que a chave da sala da internet estava dentro da cozinha. Lá foram as duas abrir cozinha, apanhar a chave e abrir a sala da internet.
Quando abriram a porta, não havia ninguém. Assustadas, largaram tudo e malmente fecharam a porta principal da escola, saindo em disparada.
O marido de uma delas chegou até a comentar dias depois: – minha mulher nunca teve medo de nada.Mas do jeito que ela chegou em casa naquela noite, acredito que realmente aconteceu alguma coisa.
Pelo sim, pelo não fica no ar a questão.E você acredita?
(Ramos de Oliveira)