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História da Igreja São João Batista de Três Barras–SC

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Em 1900, o Coronel Leocádio Pacheco se casa com Dona Rosa dos Santos Lima, que eram apaixonados e tiveram 5 filhos. Nessa época eles moravam mais no interior Localidade Barra Grande (Paiol velho), onde o Coronel Leocádio possuía uma área de terra de 200 alqueires, uma casa grande e vários agregados. Dona Rosa estava grávida e teria seu terceiro filho (nasceu em 13/01/1906).

 

Aparece na residência o Monge chamado João Maria, pede para ficar num rancho nas terras do Coronel. Ele nunca entrava na casa da família, mas se tornou amigo do Coronel e Dona Rosa, tanto que convidaram o Monge para batizar o filho que esperavam. O Monge João Maria realiza o batizado e dá o nome de João Baptista para o filho do casal. O Cel. Leocádio compra 250 alqueires de terra e dentro dessa gleba estava o bairro que se denominou Argentina, Leocádio e Dona Rosa passam a residir nesse local. Dona Rosa era uma pessoa muito católica e devota, pede ao marido que construa uma igreja, como ele fazia tudo que sua esposa pedia, mandou construir a igreja, inaugurada no ano de 1910.

 

Dona Rosa resolve dar o nome de “Igreja São João Batista”, nome esse que o Monge havia dado ao seu filho, devido à história da vida de João Batista, discípulo de Jesus. Conta Agar Pacheco, neta de Dona Rosa, que no altar da igreja haviam três estatuas grandes de Santo e uma delas era de São João Batista, levada para a 2ª igreja. Na casa do Sr. João Batista, que era casado com a Sra. Zilda Figueira Pacheco, sempre esteve na cabeceira da cama a foto do Monge João Maria, que o mesmo chamava de padrinho.  Essa igreja tinha duas torres inicialmente, com o passar dos anos foi demolida e construída no mesmo lugar com apenas uma torre, e posteriormente transferida para o cemitério municipal, onde se encontra até hoje.

 Foto acervo da Família Pacheco – Festa de inauguração da Igreja São João Batista, a senhora com bandeira escura era D Rosa, esposa do Cel. Leocádio Pacheco

Foto 2º Monge – João Maria de Jesus, verdadeiro nome Anastás Marcaf, que esteve de passagem em nossa região.

Foto acervo – Família Pacheco – 1ª Igreja  no bairro Argentina

Foto 2024 Caroline Pacheco – Parte da 1ª Igreja, hoje no Cemitério Municipal

 

 

Posteriormente foi construída uma segunda igreja, também de madeira, onde hoje é a quadra da escola “General Osório”, na década de 1920, quando a lumber faz o loteamento da vila de Três Barras, e doa um lote para a construção da igreja. Segundo minhas pesquisas, foi a lumber que cedeu as madeiras, pois todas as igrejas construídas naquela época tinham o mesmo estilo. A frente da igreja era voltada para a rua 13 de maio, atual rua Nelide Maria Andrade Figueiredo, centro, “conforme mostra o mapa abaixo de 1950”.

 

O pároco decide fazer uma grande festa em louvor a São João Batista e solicita ao Sr Pedro Pacheco, irmão do Cel. Leocádio Pacheco, o qual havia construído a 1ª igreja, se poderia ajudar na festa com um boi, Pedro fala que não dará um boi, mas, sim, 2 bois, bebidas e quitutes se levassem em procissão o Santo São João Batista até a nova igreja.

 

Conta Carlos Schramm a Aglaé Pacheco que no dia da festa choveu muito e na hora da procissão o chão de terra vermelha estava escorregadio e difícil de carregar o andor com o santo, a uns 200 metros alguém ergue a cabeça e verifica que o santo não estava no andor, foi um Deus nos acuda, todos gritavam “Cadê o Santo? Cadê o Santo?” Alguns voltam e encontram o coitado do São João Batista todo sujo de lama, teve que ser limpo com água suja do córrego para poder ser levado para o altar da segunda igreja.

 

A população estava crescendo e a igreja se tornou pequena e precisando de reformas.  Havia necessidade de conseguir um terreno mais amplo para a construção de uma nova igreja, maior de alvenaria, com casa paroquial e salão de festas.

Foto acervo Família Pacheco – Desmonte da 2ª Igreja Católica para construção  da 1ª Casa Paroquial

Foto acervo Família Pacheco – Gazetaresbarrense

Foto acervo Família Uba – Comunhão das irmãs       Fatima e Miriam

Foto acervo Família Pacheco – Gazetaresbarrense  casamento 23/06/46 sendo padrinho Seu Natal Ossaif

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Foto acervo Família Pacheco – Gazetaresbarrense  Inauguração da 2ª Igreja  Católica

Foto acervo Agar Pacheco- Dia do seu casamento  com  Nelson Pacheco – Padre Aloisio Orzulik

Foto Sueli Madeira – Imagem de São João Batista feita de gesso com 95cm de altura, trazida da 1ª igreja numa procissão para a 2ª igreja, e que hoje está exposta na secretaria da Matriz. Julho/2024

No ano de 1946 chega em três Barras Frei Elpídio, e juntamente com a comunidade resolve construir uma igreja mais ampla de alvenaria, casa paroquial e salão de festas, que futuramente seria Paróquia São João Batista. Em outubro de 1948 Frei Elpídio lança pedra fundamental, e para isso planeja uma grande festa, a Festa de Santa Terezinha. Foram anos de muito trabalho, arrecadações, festas, rifas para construir a Matriz.

 

Em outubro de 1960 a Igreja Matriz “São João Batista” passou a funcionar. “Durante dois dias precedentes, transportamos bancos, altar, sacristia, etc. Inestimável auxilio das crianças sob o comando da insubstituível Sra. Teresinha Uba, professora e católica modelar” (Padre Orziluk, Aloísio 1956-1962). O primeiro casamento a ser realizado foi de Alcides Guimarães e Alzira dos Santos no dia 6 de outubro. Em 1960 inicia a construção da casa paroquial, que será construída com os materiais da antiga igreja.

 

Formou-se uma comissão chefiada pelo Cel. Francisco Ludolf Gomes que também ajudou com alguns materiais e a mão-de-obra com pedreiros e carpinteiros do Campo Militar. Com a aposentadoria do Coronel,  foi necessário a contratação de outras pessoas para dar continuidade na obra, com isso a Casa paroquial só foi concluída em 1961. Não podemos contar a história da Paróquia São João Batista sem deixar de citar o Sr. Cyríaco Felício de Souza que batalhou incansavelmente pela construção da nossa Matriz, puxava tijolos no carrinho de mão e estava sempre presente ajudando os pedreiros. Faleceu em 13  de maio de 1962 sem ver seu sonho completamente realizado, seu corpo foi levado até a Igreja para uma última homenagem ao grande idealizador. Durante a homilia o Padre celebrante falou “que cada tijolo ali assentado brilhava a luz do seu Cyríaco”.

 

A Paróquia São João Batista, de Três Barras, foi criada em 27 de janeiro de 1972. A comunidade de Fé era atendida pelos franciscanos de Canoinhas, até Frei Teobaldo Luz ser designado o primeiro pároco. Naquela época apenas eram enviados frades para as missões, pois não tinha como assumir a paróquia em Três Barras. Só foi possível a construção do Salão Paroquial em 1980, com ajuda da Comissão da Igreja sendo o Sr. Ione de Souza presidente, da comunidade e de Frei Theobaldo Luz, cujo salão leva o nome Salão Paroquial “Frei Theobaldo Luz”, uma forma de homenageá-lo pela dedicação a comunidade e na construção do salão. A atual Igreja Matriz São João Batista de Três Barras, está localizada na Rua Pedro Merhy Seleme, n.° 353, Centro.

Foto acervo Família Pacheco

Foto acervo Família Pacheco

Foto Sueli Madeira – Interior da Matriz – julho/2024

Foto Sueli Madeira – Salão Paroquial vista lateral – julho/2024

Foto Sueli Madeira – segunda Casa Paroquial – julho/2024

Foto – Sueli Madeira – Igreja Matriz São João Batista 2024

                                        Documento acervo Familia Pacheco – Gazetatresbarrense

 

Pesquisa e Texto – Professora de História: Sueli Madeira

Gostaria de saber se alguém tem conhecimento de quando (data) foi construída a 2ª Igreja Católica, onde hoje é a quadra da EEB General Osório. Se alguém tiver essa informação, favor entrar em contato no Watts (47) 992908937 ou com este Jornal. Agradeço!

BIBLIOGRAFIAS

LIVRO TOMBO número 01 da Paróquia são João Batista. Três Barras (SC), 1956 a 1996

Livro Tombo. Tomo I. Paróquia Santa Cruz de Canoinhas. Canoinhas (SC), 1912-1951.

PACHECO, Pedro. História de Um Nome. Pirassununga,1ª ed. 2023

Jornal Gazetatresbarrense

Agar Pacheco

Teresinha Uba

Fatima Uba

Equipe A Gazeta Tresbarrense
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