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Prevenção ao abuso sexual infantil

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O abuso sexual infantil pode acontecer quando se menos espera. Inúmeras publicações de livros, artigos, reportagens bem como noticiários têm alertado as famílias sobre este crescente problema em nossa sociedade.

 

 

O abuso sexual infantil deixa marcas nas crianças que acarretam em consequências negativas no seu desenvolvimento emocional, cognitivo e físico.

 

 

A criança vítima de abuso sexual passa pela experiência do trauma do desenvolvimento que, uma vez prejudicando a formação de uma personalidade saudável, pode tornar esta criança um abusador também quando adulta, fazendo assim com que a prática do abuso seja sempre perpetuada.

 

 

Como prevenir o abuso infantil e manter as crianças em segurança?

 

 

É preciso estar em constante alerta, pois muitos dos abusadores são familiares, pessoas que têm convivência próxima as crianças. Assim os cuidadores da criança precisam estar vigilantes e prestando atenção em sinais e sintomas que estas apresentam.

 

 

Muitos desses sinais sinalizam o que está acontecendo com as crianças. Então se observar na criança que a mesma está com dificuldades para dormir, diferente no seu comportamento: comendo menos, mais quieta, agressiva, com falta de concentração, dificuldades na escola, falta de vontade de fazer as coisas e com semblante abatida – citando estes sinais como exemplos -, a criança pode estar sendo abusada sexualmente.

 

 

Assim, é importante levar a criança ao médico e psicólogo (a) para que a seja avaliada e que o diagnóstico possa ser obtido.

 

 

As crianças que sofrem algum tipo de abuso ou violência, segundo a literatura, desenvolvem a síndrome do segredo. Segundo Habigzang et al. (2004), a síndrome do segredo se refere ao segredo do abuso que faz com que a criança perceba que aquilo que está ocorrendo é algo errado e perigoso. Ao mesmo tempo, a solicitação do abusador para que ela não revele o abuso é fonte de medo e envolve promessas de segurança para ele e para sua família. O segredo toma proporções mágicas, monstruosas para a criança, que se sente isolada, desamparada, estigmatizada, intimidada e culpada.

 

 

De acordo Habigzang et al. (2004), nos casos de vivência de abuso e violência, os sintomas mais comuns em pré-escolares são: ansiedade, pesadelos, transtorno do estresse pós-traumático e comportamento sexual inapropriado. Em crianças com idade escolar, os sintomas mais frequentes incluem: medo, distúrbios neuróticos, agressão, pesadelos, problemas escolares, hiperatividade e comportamento regressivo.

 

 

Ainda, de acordo com Amazarray & Koller, (1998 apud Habigzang et al. 2004), as dificuldades de adaptação sexual incluem brincadeiras sexualizada com bonecas, introdução de objetos ou dedos no ânus ou na vagina, masturbação excessiva e em público, conhecimento sexual inapropriado para a idade e pedido de estimulação sexual a adultos ou a outros meninos ou meninas.

 

 

Para se obter diagnóstico conclusivo, segundo Flores e Caminha (1994 apud Habigzang, L. F & Caminha, R. M, 2004), o mesmo é realizado a partir dos seguintes critérios:

 

  • ausência de variáveis – diagnóstico inconclusivo;
  • apenas o relato de abuso da criança – diagnóstico positivo específico;
  • o relato de abuso da criança com mais uma ou duas alterações comportamentais ou sintomas psicopatológicos – diagnóstico conclusivo;
  • o relato de abuso da criança com mais três ou quatro alterações comportamentais ou sintomas psicopatológicos – diagnóstico positivo definitivo.

 

Habigzang, L. F & Caminha, R. M (2004) destacam que a infância e adolescência são etapas do ciclo vital nas quais o indivíduo desenvolve suas capacidades cognitivas, afetivas e físicas. Também se caracterizam como períodos importantes para a aprendizagem de habilidades sociais. Por essas razões, crianças e adolescentes são considerados sujeitos em condição peculiar de desenvolvimento, necessitando cuidados especiais que garantam sua proteção e o desenvolvimento de suas potencialidades.

 

 

Assim, não apenas os cuidadores, mas todas as pessoas precisam ser informadas para que possam atuar como agentes protetores às crianças e adolescentes garantindo assim o seu desenvolvimento saudável.

 

Referências:

HABIGZANG, L. F. & CAMINHA, R. M. Abuso sexual contra crianças e adolescentes: conceituação e intervenção clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004

 

Autora:

Príncela Santana da Cruz – Professora e Psicóloga Clínica. CRP: 08/22273 – 12/18930. E-mail: [email protected]

Equipe A Gazeta Tresbarrense
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