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Moro joga a toalha, Bolsonaro pode perder a caneta.

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Todos percebemos que nos últimos dias um verdadeiro abalo sísmico tremeu as bases de Brasília. Não! Não estou me referindo a pandemia do novo coronavírus, nem aos inúmeros problemas econômicos que estamos vivemos, mas me refiro na verdade as revelações e a postura do agora ex-ministro Sérgio Moro na coletiva de imprensa onde comunicou seu pedido de exoneração. Não pretendo aqui analisar os fatos legais levantados por ele, e nem se estes procedem ou não, mas sim analisar o peso e simbolismo político que este fato representa para o Brasil neste momento.

O ex-ministro Sérgio Moro representa um período da história recente de forte atuação do judiciário no combate à corrupção. Atuou no julgamento do ex-presidente Lula até que materializasse sua prisão, além de divulgar áudios que acabaram por inflamar o pedido de impeachment da ex presidente Dilma (também não entrando aqui no mérito se estas divulgações foram excesso ou não da parte dele).

Em 2019 ao abandonar a magistratura e assumir o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública no atual governo, alegava ter carta branca do presidente Bolsonaro para atuar como bem entendesse na sua pasta, contudo, na última sexta-feira Moro chamou uma entrevista coletiva para alegar que esta “carta branca” não era tão branca assim, culminando com um verdadeiro “divórcio ao vivo” dele com o atual governo.

Sérgio Moro representava pessoalmente um dos pilares do tripé de sustentação do bolsonarismo, (Combate a corrupção, política econômica liberal e conservadorismo/antipetismo). Moro se tornou para muitos a face do combate à corrupção, e seu afastamento do governo Bolsonaro fez com que este visse seu público entrar em verdadeira confusão ideológica. Nas redes sociais do próprio presidente vimos fiéis seguidores o criticarem, e inclusive pela primeira vez o vimos perder seguidores nas redes conforme apontou a consultoria Bites que monitora estes números.

Agora com apenas dois dos três pilares que o sustentam (Inclusive com o pilar econômico ruindo cada vez mais), o presidente precisará se curvar ao chamado centrão (partidos notadamente fisiológicos que aderem a governos com interesses em espaços no poder e em cargos) para se manter no poder. Já existem tratativas inclusive para adesão ao governo de pessoas como Roberto Jefferson (PTB) e Valdemar da Costa Neto (PL), notados pelos esquemas de corrupção dos quais fizeram parte no passado.

Por fim, vemos que o simbolismo que o ex-juiz e agora ex-ministro Sérgio Moro possui atrelado ao combate a corrupção no Brasil, pode indiretamente derrubar a imagem de mais um presidente da República, e que este, caso não negocie com o parlamento (algo que o próprio presidente afirmou que não faria em hipótese alguma) acabe perdendo não apenas seguidores nas redes sociais, mas também perdendo o cargo e o poder da famosa caneta Bic da qual ele tanto se orgulha.

Equipe Gazeta
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